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Economia criativa de povos indígenas é incentivada com ações do Sebrae

Em Aquidauana, artesãos participam de palestra e da 2ª edição de feira de empreendedorismo
Por Assessoria de Imprensa Sebrae/MS
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A cultura de povos originários em Mato Grosso do Sul é vista no artesanato produzido por eles. E o Sebrae/MS vem apoiando os empreendedores indígenas para promover o setor da economia criativa e essa rica produção local. Durante o último sábado (11), em Aquidauana, houve a realização da palestra “O preço do meu artesanato está certo?”, que integrou a programação da segunda edição da Feira de Empreendedorismo Indígena do Pantanal (FEIP-MS). Durante a feira, participaram 25 artesãos.

A palestra aconteceu pela manhã na unidade II da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), enquanto a feira foi realizada no período da tarde no Atlântico Shopping, ambos os espaços localizados no município pantaneiro. A FEIP-MS é realizada pelo Time Enactus (entidade sem fins lucrativos), formado por estudantes da UFMS, e tem apoio do Sebrae.

Segundo a analista-técnica do Sebrae/MS, Thainara Durso, a instituição desenvolve várias ações que valorizam o artesanato indígena. “Nós temos as feiras e as exposições, que são espaços para favorecer a economia criativa do nosso Estado. A gente atua com palestras, oficinas e até no apoio de desenvolvimento de novos produtos junto com essas comunidades. Além disso, nós temos a plataforma Made in Pantanal, que valoriza e divulga toda essa parte de artesanato local”, explicou.

Roseana Sales, presidente do Time Enactus em Aquidauana e acadêmica da UFMS, sinalizou que as ações para favorecer a economia criativa entre a comunidade indígena têm buscado consolidar negócios. “A rede Enactus trabalha com empreendedorismo e com projeto social e inovação. A FEIP é uma das nossas principais ações para impactar os empreendedores indígenas. Ano passado, em novembro, tivemos a primeira edição. O intuito é realmente proporcionar um espaço para realizarem a venda desses artesanatos, promover visibilidade da cultura e, assim, empoderar toda essa comunidade presente aqui no Pantanal”, disse.

Capacitações para fortalecer economia criativa

A palestra “O preço do meu artesanato está certo?” buscou apresentar as principais potencialidades e os desafios para os artesãos indígenas, a transmissão da história e cultura, a importância dessa transmissão na hora da venda, a valorização de todo o trabalho de cada um dos produtos, os desafios sobre os canais de vendas, logística, a importância do marketing e de uma comunicação efetiva, bem como na dedicação para se estruturar uma marca.

Palestra “O preço do meu artesanato está certo?” abordou a valorização do trabalho de cada artesão

Quem assistiu pontuou que a capacitação favoreceu na demanda de aprimorar a precificação e criar uma valorização para as vendas das peças. Logo após esse treinamento, os artesãos foram instigados a avaliarem os preços que estavam cobrando para a feira que ia ocorrer à tarde.

Ariadne Cândido Valério, que vive na aldeia Bananal, no Distrito de Taunay, enfatizou que os artesanatos de cestaria, cerâmica, colares, entre outros, simbolizam além de produtos, uma história de cada artesão que o produz e tem valores singulares.

“Tivemos uma palestra maravilhosa com o consultor Fábio Lapuente para falar da valorização do nosso artesanato e isso ajudou a abrir a mente. Eu trabalho nesse setor desde 2017 e minha mãe estava junto comigo e está desde 2007 no artesanato. Trabalho com artesanato de cestaria, com a folha de carandá, e cada traçado tem sua história, tem uma superação. Tudo isso que estamos tendo ajuda a abrir espaço para mostrar nosso trabalho e contar nossas tradições”, explicou a artesã, também aluna de História na UFMS de Aquidauana.

Com 17 anos de atuação no artesanato, Irene Cândido Valério reconheceu que vem obtendo conhecimento sobre estratégias que não conhecia. “Minha participação nessa feira trouxe muito aprendizado. Na palestra, percebi o quão importante é saber valorizar meu artesanato, ainda fiz a exposição dos meus trabalhos para a venda”, comemorou a também moradora da aldeia Bananal, da etnia Terena, e mãe de Ariadne.

Da aldeia Limão Verde, de etnia Terena, Alessandra Dias destacou que vem notando um crescimento na economia criativa, com mais espaço para as produções indígenas serem expostas na cidade e abertura de mercado. Ela sinalizou que capacitações para identificar o preço correto dos produtos também são importantes.

“Desde pequena venho trabalhando com artesanato. Hoje tenho 37 anos e percebo que está sendo dada importância para toda essa riqueza que temos na nossa cultura. A gente fica feliz em saber que nossa cultura está tendo mais espaço. E temos além do artesanato, nossa comida. Tenho uma filha que está me acompanhando, aprendendo, para levar nossa tradição adiante. Nosso artesanato tem processos, envolve passar por morrarias, passar por matas, algumas vezes machucamos o dedo, é um trabalho que dedicamos e deve ter um preço justo”, analisou Alessandra.

Sobre o Made In Pantanal

Com o objetivo de dar visibilidade aos empreendedores da economia criativa e agroindústrias com produtos feitos no bioma ou que utilizam insumos pantaneiros, o “Made in Pantanal” surgiu inicialmente como um selo do Sebrae, lançado no ano passado, e atualmente representa uma plataforma de marketplace para fomentar esses negócios. Empresários que possuem o selo Made in Pantanal têm o trabalho disponível para acesso na plataforma madeinpantanal.sebrae.com.br.

Para obter mais informações sobre as ações do Sebrae/MS, é possível entrar em contato por meio da Central de Relacionamento do Sebrae, no número 0800 570 0800.