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Artesãos brasileiros conectam-se a compradores internacionais em Campo Grande

Rodada de Negócios promovida pelo Sebrae e APEX Brasil reuniu 26 artesãos e compradores de seis países, fomentando a exportação do artesanato brasileiro
Por Assessoria de Imprensa do Sebrae/MS
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Com 26 artesãos de 10 estados do Brasil, sendo 16 de Mato Grosso do Sul, o Sebrae/MS, em parceria com a APEX Brasil, realizou nos dias 30, 31 de outubro e 1º de novembro, a Rodada Internacional de Negócios em Campo Grande. O evento incluiu mais de 100 rodadas de negócios e seminários voltados para a capacitação dos participantes, com o objetivo de conectar pequenos negócios com compradores internacionais de seis países.

A gerente da Unidade de Competitividade e Inovação do Sebrae/MS, Isabella Fernandes Montello, ressalta que a parceria com a APEX Brasil resultou em mais uma ação voltada aos artesãos, um público que é atendido pela instituição. “Fazemos no decorrer do ano várias ações de capacitação junto aos artesãos, além de promoção comercial, já que os levamos para as feiras para assim projetarmos o nosso artesanato para o Brasil. Muitos dos nossos artesãos já estão preparados para esse mercado globalizado, por conta de uma longa trajetória de relacionamento com o Sebrae”, apontou Isabella.

O programa “Exporta Mais Brasil” da APEX visa facilitar a conexão entre empreendedores brasileiros e o comércio exterior. De acordo com a representante regional da APEX Brasil para o Centro-Oeste, Cintia Faleiro, por meio da ação, empresas de diferentes setores produtivos realizam reuniões com compradores internacionais, que vêm ao Brasil em busca de produtos e serviços ligados a setores específicos.

Artesanato nacional é promovido durante a Rodada Internacional de Negócios em Campo Grande

“Nós vemos este projeto com muita positividade, os compradores estavam bem empolgados com as visitas que fizemos. Tivemos um feedback bem positivo e acreditamos em bons negócios. O Sebrae, considerando que o público-alvo do projeto é a pequena e microempresa, é um parceiro essencial neste trabalho e foi fundamental para a parceria que construímos”, destaca Cintia.

Conexão de negócios

Compradores do Peru, Itália, Irlanda, França, Emirados Árabe e Estados Unidos participaram da Rodada Internacional de Negócios. Barikisu Ali Telfer, representante da Irlanda, veio para Campo Grande com sua empresa, a Sahara, especializada em compra e venda de artesanato. “O evento foi ótimo, pois podemos encontrar os artesãos pessoalmente, vê-los olho no olho, conversar, ver como são os produtos, e, claro, negociar”, disse.

“Foi a minha melhor experiência de feira de artesanato no Brasil. Eu gostei muito da organização, da proposta, dos diferentes artesãos que estavam expostos. Tinha um aspecto qualitativo muito importante”, complementa o comprador Paul Sepaniak, de uma empresa da França. Ele disse que, dos 19 artesãos com quem conversou, em pelo menos 10 há o interesse concreto de prosseguir com a negociação.

Lia Noto é brasileira e mora há oito anos em Miami, nos Estados Unidos, onde trabalha com artigos de decoração. “Nesta visita pude comprar várias coisas, de diferentes nichos, porque gosto de sempre ter uma referência, uma amostra. Como venho ao Brasil com frequência, tenho notado um aperfeiçoamento dos trabalhos. A essência é a mesma, mas vejo a capacidade dos artesãos em produzir cada vez melhor, de aprimorar técnicas e de se profissionalizar. Fiquei satisfeita com a experiência”, reforçou.

Para os artesãos, a iniciativa trouxe a possibilidade de encontrar novos mercados para as peças locais. Lucimar Maldonado, do coletivo Fibra Morena, participou do evento e conseguiu fechar uma venda durante as rodadas. A empresa dela conta com mais de 30 artesãos. No ano passado, eles conseguiram compradores do Japão, para esculturas de madeira, e nesta rodada fecharam negócios com a Irlanda, para as canecas de cerâmica, com formato de aves do Pantanal.

Sebrae/MS sedia evento para setor do artesanato 

“Esta é a segunda rodada internacional que participamos. Ano passado conseguimos fechar negócio com o Japão e agora nós conseguimos fechar com a Irlanda, para as canecas. É um mercado totalmente diferente e, se não existisse esta oportunidade, jamais estes artesãos teriam condições de chegar a um mercado externo. Eu vejo que nós não vendemos apenas um artesanato, vendemos o nosso estado, com toda a sua história, com toda a sua referência cultural”, ressaltou.

Já a artesã Lídia Abrahim, que veio do Pará, participa de um coletivo de mulheres ribeirinhas que produzem biojoias a partir de um biomaterial, feito da mistura de látex com fibra de caroço de açaí. Na rodada, ela também fez bons negócios. “Conseguimos fechar com a Itália e esta será nossa primeira venda internacional. Esta é a oportunidade de mostrarmos nosso trabalho, é uma oportunidade de mais renda para a nossa comunidade. Nós ainda estamos conhecendo nossos compradores, já que é a primeira vez que exportamos, então ele irá nos nortear em relação a cores, designs e o que agrada mais”.

A exportação de artesanato pode gerar novas fontes de renda para os artesãos. Com o aumento da demanda por produtos autênticos e sustentáveis, o mercado internacional oferece um espaço significativo para o crescimento econômico. Como é o caso de Monique Klein, artesã da Campo Grande Tiracolo. “Nosso produto vem do reaproveitamento de lonas de malotes bancários, lonas dos malotes dos Correios, que foram doados. A rodada de negócios representa um primeiro passo para exportação”, afirma.

Capacitações

Apesar das oportunidades, os artesãos enfrentam desafios logísticos significativos ao tentar acessar mercados internacionais. Questões como transporte seguro de produtos frágeis, barreiras alfandegárias complexas e a falta de informações sobre mercados específicos dificultam a exportação. Neste sentido, capacitações ajudam a mitigar esses desafios, permitindo que mais artesãos participem dessa economia global.

Durante os dias de programação dentro da rodada de negócios, ocorreu o “Meet UP”, que trouxe palestras e apresentações dos compradores internacionais, contribuindo para a capacitação dos artesãos. “Sabemos que há muita procura, queremos trazer essa profissionalização e assegurar que esse comércio está sendo feito de uma forma justa. O artesanato tem um potencial muito grande de geração renda”, finaliza a analista de competitividade da Apex Brasil, Amanda Rocha Mesquita.

Mais informações estão disponíveis aos empreendedores por meio da Central de Relacionamento do Sebrae, no número 0800 570 0800.