Um projeto implantado para alcançar pessoas de Corumbá, Ladário e cidades vizinhas da Bolívia discutiu medidas de inovação social para esse território pantaneiro. Apoiada pelo Sebrae/MS, a iniciativa promoveu a IV edição da Feira Ecossocial, no dia 15 deste mês. Realizado no Centro Sebrae Pantanal, o evento reuniu negócios de artesanato, gastronomia, moda autoral, agricultura familiar e educação ambiental.
Segundo o analista-técnico do Sebrae/MS, Felipe Mendes, a feira trouxe mais visibilidade aos pequenos negócios locais e acesso a novos mercados tanto em Corumbá e Ladário, quanto em Puerto Quijarro e Puerto Suárez, cidades fronteiriças com o Brasil. “A feira teve empreendedoras que trabalham com o artesanato, a gastronomia, a moda Afro, a agricultura familiar. Todos vieram para o Centro Sebrae Pantanal e o espaço serviu para que houvesse a conexão entre essas pessoas para gerar negócios, além de servir de espaço para apresentar o que é produzido para quem visitou o evento. Foi uma oportunidade para ser visto e percebido”, apontou o analista-técnico.
Professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Anderson Luís do Espírito Santo foi um dos organizadores do Inova Corumbá. Ele analisou que a inovação social está ligada ao empreendedorismo para atender uma necessidade de geração de renda e suporte para pessoas que enfrentam diferentes desafios.
“O empreendedorismo dialogando com o social surge do enfrentamento de alguma dificuldade. Aqui tem organizações coletivas, na sua grande maioria formada por mulheres. Elas buscam geração de renda, superação de uma violência, em alguns casos. O Sebrae vem apoiando esses negócios a superar dificuldades na gestão de mídias sociais, posicionamento de mercado, formalização, regularizações e dando vitalidade para essas empreendedoras”, analisou o professor da UFMS.
Participaram da IV Feira Ecossocial empreendedoras que possuem vínculo associativo com organizações como o Instituto da Mulher Negra do Pantanal (Imnegra), Associação Corumbá Produz, além de profissionais que atuam na Casa do Artesão de Corumbá e artesãs de cidades fronteiriças na Bolívia.
Costureira e professora no curso de Afro Moderno, Lu Baiana foi uma das participantes. Ela expôs ao público as bolsas que produz de forma autoral, além de peças como suportes estilizados para transporte de marmita. “Temos que valorizar a tradição, as raízes africanas. Essas peças que são vendidas aqui na feira e na sede do Imnegra têm conceito voltado exclusivamente para a moda. Entendo que é preciso inovar sempre, criar produtos exclusivos. Tudo o que fazemos é sobre moda”, destacou.

A artesã Jussiara da Silva Valério aprendeu a fazer crochê quando era criança e agora têm na confecção a principal fonte de renda. Aos 60 anos, ela busca conquistar novos mercados. “Faço de tudo, de amigurumi a tapetes, roupas, bolsas e chapéus. O crochê é um trabalho manual, cansativo, mas feito com muito amor e isso que gosto de passar para os clientes. Estou com vendas para o Japão, Rio de Janeiro, São Paulo e quero avançar aqui em Corumbá. O que o Sebrae tem me ajudado é a me incentivar a trabalhar e descobrir formas de me aprimorar”, pontuou.
A feira deste mês de agosto integrou a programação do Inova Corumbá: Fórum de Participação Social Democrática, e trouxe diferentes discussões para promover a participação popular na efetivação de políticas públicas. O Sebrae/MS foi parceiro no projeto, que é realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Observatório de Fronteira (Obisfron) e o Ecossistema Local de Inovação de Corumbá.
Para obter mais informações sobre ações de fomento ao empreendedorismo realizadas pelo Sebrae/MS e parceiros entre em contato por meio do número 0800 570 0800 ou pelo site ms.sebrae.com.br.

