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Entidades sugerem alternativas de desenvolvimento sustentável para o Pantanal

Em evento online promovido por Sebrae, BID e Bombeiros; questões como compensação de carbono neutro e pagamento por serviços ambientais foram tratadas
Por Rodolfo César
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Em evento online promovido por Sebrae, BID e Bombeiros; questões como compensação de carbono neutro e pagamento por serviços ambientais foram tratadas

Nesta sexta-feira (5), de forma online, houve debate com entidades atuantes no Pantanal sobre o uso racional do fogo para manejo, ações de prevenção a incêndios florestais e promoção de atividades econômicas sustentáveis. O Workshop Regional Fogo e Desenvolvimento Sustentável no Pantanal foi promovido pelo Sebrae/MS, com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul. Na editoria Multimídia da Agência Sebrae é possível assistir ao workshop na íntegra.

As propostas e dados que compuseram o workshop foram apresentados por organizações não governamentais que desenvolvem diferentes atividades no território pantaneiro. Os painelistas eram representantes do Instituto SOS Pantanal, Wetlands International Brasil e Instituto Homem Pantaneiro (IHP).

Na abertura do evento, Rodrigo Maia, gerente da unidade competitiva do Sebrae/MS, ressaltou a importância de atuação conjunta de instituições e soma de esforços para valorizar o bioma e o homem pantaneiro. “A gente se propõe a apresentar um perfil de projeto para o BID. É uma parceria sólida com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, com ajuda do Ministério da Agricultura e mais as instituições locais. Queremos trazer para o Pantanal novas perspectivas para as atividades econômicas que ocorrem nesse território com práticas sustentáveis”, explicou.

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Rodrigo Maia, gerente da unidade competitiva do Sebrae/MS, durante o Worksho Regional Fogo e Desenvolvimento Sustentável no Pantanal

Dentro dessa perspectiva de reunião de sugestões, as organizações não governamentais pontuaram projetos que já estão trabalhando no território, bem como pesquisas a serem aprofundadas e que podem somar-se a esforços do pantaneiro que já ocupa o território para garantir uso sustentável do bioma.

Felipe Augusto Dias, diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal, ressaltou que as atividades no bioma precisam respeitar as tradições que a natureza impõe. Ele detalhou que o fogo e a água são elementos que moldam a paisagem pantaneira e se alternam, dependendo do ciclo hidrológico. Enfatizou também que há potenciais econômicos que favorecem a conservação. “O Pantanal tem potenciais, como a pecuária, que já está efetivada há séculos, e o turismo de observação. Os dois economicamente produtivos, eles vão contribuir para preservação do Pantanal. Se o bioma estiver preservado, vai ser promovido o desenvolvimento econômico e sustentável dos pantaneiros”, defendeu.

Fábio Bolzan, coordenador de projetos da Wetlands International Brasil, comentou sobre o estudo que a entidade conduz em torno do pagamento de serviços ambientais (PSA). Já existe regulamentação para o tema em Mato Grosso do Sul, por meio da Resolução Semagro nº 717, 25 de setembro de 2020. “Os pontos positivos em se trabalhar com o PSA é que há potencial para pagamentos, baixo risco de vazamento, há um custo baixo de transação”, explicou. Ele também acrescentou que são necessários mais estudos em torno do tema.

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Área onde houve pesquisa da Wetlands International sobre manejo com fogo

Outra apresentação foi de Coronel Angelo Rabelo, diretor-presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP). Ele pontou o sistema de monitoramento por câmeras instalado na Serra do Amolar para reduzir o tempo de resposta com relação a detecção de incêndios e reforçou a necessidade de se ouvir o homem pantaneiro para implantação de medidas no bioma. Acrescentou que projetos conduzidos pelo IHP estão atuando como produtores de natureza, o que deve representar em retorno financeiro para compensação no trabalho de preservar o meio ambiente.

“Estamos na iminência de ter a validação dos créditos de carbono do mercado. O Pantanal é um bioma que todo dia você está aprendendo. O desafio de lidar com o futuro do Pantanal tem que ser pautado por uma história que envolve muitas cicatrizes, muitas dificuldades. Estamos em um território que ainda não tem energia, estradas, telefonia em todos os locais”, informou.

Conjunto de ações

O trabalho do BID, por meio do Sebrae e parceria com o MAPA, começou em 2021 no Pantanal, a partir da atuação conjunta do Sebrae/MS e o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul. O convênio Sebrae-Bombeiros promoveu capacitações para prevenção e mitigação do fogo com produtores rurais, trabalhadores em fazendas, comunidades ribeirinhas, estudantes de escolas rurais. Mais de 400 pessoas participaram de oficinas e palestras no período de um ano. Houve também a formação de 129 brigadistas em Corumbá, Aquidauana, Miranda, Passo do Lontra e Escola Jatobazinho.

Além do Workshop Regional Fogo e Desenvolvimento Sustentável no Pantanal, compõe o quadro de atividades do projeto a realização, no dia 16 de julho, do 2º Fórum Fogo e Desenvolvimento Sustentável no Pantanal. A primeira edição desse evento ocorreu em abril. A construção de todo esse trabalho amplo está alinhada ao Plano Estadual de Manejo Integrado do Fogo (Pemif), instituído pelo Decreto Estadual nº 15.654, de 15 de abril de 2021, e à Norma Técnica 45, dos Bombeiros, que direciona e baliza o uso do fogo como ferramenta de manejo.

Ainda existe o respaldo no contexto mundial, com o compromisso do Brasil em apresentar propostas que envolvem tecnologias de produção sustentável e busca contribuir com a meta de reduzir em 1,1 bilhão de toneladas a emissão de carbono pelo setor agropecuário até 2030, conforme preconiza o Plano ABC+, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Alinhamento com o Pró Pantanal

O projeto que viabiliza o workshop está alinhado com o Pró Pantanal – Programa de Apoio à Recuperação Econômica do Bioma Pantanal, uma iniciativa do Sebrae/MS para atuar na recuperação econômica, com fomento na economia criativa, economia da diversidade e aos negócios que já existem nessa região e sofreram impactos causados pelo incêndio florestal. Esse programa tem apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul (FAEMS), Instituto do Meio Ambiente de MS (Imasul) e Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).

Para obter mais informações sobre o programa Pró Pantanal e o projeto Estratégia Sistêmica para Mitigação, Prevenção e Combate a Incêndios e Queimadas nas Áreas Rurais do Pantanal Brasileiro, fale com o Sebrae, pelo pelo número 0800 570 0800, ou clique aqui.

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