Pelo Pró Pantanal, moradores identificaram oportunidade de negócio e estão sendo capacitados para poderem gerar renda
O mercado de fábrica de abelhas para gerar a produção de mel está em processo de construção na comunidade Salobra, que fica no município de Miranda. Essa atuação foi iniciada por conta de acompanhamento que ocorre na localidade no âmbito do Pró Pantanal, programa que é iniciativa do Sebrae. A medida representa etapa para que moradores possam empreender no setor e gerar renda. Dentro dessa formatação de trabalho, o grupo que está sendo capacitado para obter resultados no médio prazo.
Entre as fases de estruturação desse plano está a realização de um segundo curso de apicultura, promovido a partir de parceria do Sebrae/MS com o Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), por intermédio do Sindicato Rural de Miranda. As aulas do curso de Apicultura Avançada acontecem entre esta quinta-feira (21) e o sábado (23) para oito moradores, na própria comunidade, com o educador Wendel Martins Silveira. O curso iniciante ocorreu em maio.
O setor da apicultura foi identificado como de grande potencial após consultoria pelo Pró Pantanal levantar possibilidades para empreender na região e os moradores identificarem-se com o negócio. Katia Muller, analista do Sebrae/MS, ressalta que há etapas a serem cumpridas para que a produção tenha valor agregado. “O Sebrae trabalhou com a comunidade e buscou, junto com os moradores, as potencialidades empreendedoras da região. Há um trabalho direto para auxiliar na governança da associação local. Depois, na fase de produção, vamos auxiliar no trabalho de processamento para que eles possam ter um produto no mercado”, pontua a analista.
Nessa esteira de apoio aos moradores da comunidade localizada no Pantanal, a partir das margens da BR-262 até a proximidade com o rio Miranda, outro parceiro foi inserido para agregar expertise na área. O escritório da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) em Miranda está envolvido nessa atividade, promoveu uma palestra de esclarecimento e irá dar acompanhamento técnico para que a atuação da comunidade na apicultura atenda às exigências legais e ocorra com as melhores práticas para manejo e otimização na produção.
Anderson Gonzaga Ortiz, gestor de desenvolvimento rural do escritório da Agraer em Miranda, detalha que os moradores receberam, inicialmente, orientação com relação à construção das colmeias após terem feito o curso iniciante. O trabalho da agência vai envolver ainda orientação para formar as colmeias, manejo nessa produção das abelhas e atendimento às regulamentações existentes para que haja uma produção profissional, e não apenas extrativista.
“A gente cria abelhas porque sem elas não têm mel, própolis e nem pólen. Dizemos que é uma fábrica de abelhas. A primeira coisa a se fazer é ter um volume grande de abelhas. Colocamos as caixas, fazemos o manejo e elas podem forragear, alimentar-se, em até 700 hectares. Aqui na região é muito variável a florada. Estamos agora em uma florada de frio, que começa em julho e costuma ir até outubro. Nos anos que têm boa chuva, a florada pode ir até fevereiro. Em função da natureza, tudo fica influenciável”, comenta o gestor de desenvolvimento rural.
Marinalva Oriozola Barbosa Samuel, moradora na comunidade há 46 anos e vice-presidente da Associação dos Moradores de Salobra, é uma das alunas no curso de formação de apicultores. Ela conta que há uma união de esforços para a compra das caixas de colmeias e estruturação do negócio. “Fizemos uma pastelada para arrecadar parte do valor que serviu para dar de entrada para a construção das caixas. Estamos nos mobilizando para ter todo o dinheiro e pagar tudo. Também vamos fazer os cursos e está dando tudo certo, aos poucos vamos conseguir alcançar nossas metas”, afirma.
O projeto na Comunidade Salobra envolve a instalação de até 50 caixas para abelhas. Os moradores estão em processo de construção de 33 dessas unidades e com possibilidade para a produção começar neste ano, porém com colheita de mel mais provável para ser feita a partir da florada do próximo ano.
Sobre o Pró Pantanal
O Pró Pantanal – Programa de Apoio à Recuperação Econômica do Bioma Pantanal é uma iniciativa do Sebrae para fomentar atividades econômicas nos eixos do turismo, da economia criativa e do agronegócio existentes no Pantanal. O programa ainda tem apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul (FAEMS), Instituto do Meio Ambiente de MS (Imasul) e Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).
Para obter mais informações sobre o programa Pró Pantanal e suas ações, fale com o Sebrae, pelo pelo número 0800 570 0800. Visite o site oficial do programa clicando aqui.