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Projeto apresenta caminhos para desenvolvimento rural com proteção do Pantanal

Fórum regional, realizado no Sebrae/MS, apontou para propostas que envolvem compensação ambiental com produção sustentável
Por Rodolfo César
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Fórum regional, realizado no prédio do Sebrae/MS, em Campo Grande, apontou propostas que envolvem compensação ambiental com produção sustentável

O encontro de organizações governamentais e não governamentais no Fórum Regional de Mobilização Fogo e Desenvolvimento Sustentável no Pantanal permitiu a identificação de oportunidades e a construção de trabalho para promover o setor produtivo no bioma seguindo conceitos de conservação. O evento, realizado de forma híbrida na sede do Sebrae/MS, em Campo Grande, nesta terça-feira (16) à tarde, foi organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio do Sebrae e em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul.

O debate, realizado de forma presencial e online, serviu para identificar um perfil de projeto que o BID receberá para auxiliar na construção de propostas para o Pantanal. Dentro dessa rota do desenvolvimento para o bioma, dois eixos foram definidos: o fortalecimento de capacidades institucionais, com consolidação de governança do bioma, comando e controle; e a transição ecológica na produção sustentável e a conservação da biodiversidade, com conscientização, compensação ambiental e economia verde.

O Mapa também está envolvido nesse papel de promover o trabalho com ações a partir do contexto de política pública balizada pelo plano ABC+, que visa a redução de emissão de carbono pelo setor agropecuário até 2030, com meta a cumprir de corte de 1,1 bilhão de toneladas de CO2.

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Tito Estanqueiro, diretor-executivo em exercício do Sebrae/MS, durante abertura do Fórum Regional de Mobilização Fogo e Desenvolvimento Sustentável no Pantanal. Foto: Messias Ferreira – Sebrae/MS

Tito Estanqueiro, diretor executivo em exercício do Sebrae/MS, ressaltou que o fórum serviu como balanço das ações que ocorreram dentro do projeto Estratégia Sistêmica para Mitigação, Prevenção e Combate a Incêndios e Queimadas nas Áreas Rurais do Pantanal Brasileiro, que se encerra em agosto deste ano. “Com um olhar mais ampliado, um conhecimento acumulado nesse período de pouco mais de um ano, a gente fez muitos avanços. É um território vasto, com várias problemáticas e para cada região é uma construção de uma solução com diferentes atores. O Sebrae atuou como um hub para a integração. O pantaneiro está no bioma há séculos e mantém a sua conservação. O Pantanal é um destino único, estamos em uma oportunidade para investimento, o bioma é um ativo para a humanidade”, defendeu.

Esse projeto em destaque no evento foi uma encomenda do BID, com execução do Sebrae/MS e parceria do Mapa e do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso Sul. No período de pouco mais de um ano houve a contribuição para formar 141 novos brigadistas no Pantanal e capacitar 487 pessoas sobre boas práticas para prevenção e combate a incêndios a partir de oficinas e palestras, dentro do contexto do Plano Estadual de Manejo Integrado do Fogo (Pemif), instituído pelo Decreto Estadual nº 15.654, de 15 de abril de 2021, e da Norma Técnica 45, do Corpo de Bombeiros de MS. Ainda foi possível realizar levantamento individualizado das 11 sub-regiões do Pantanal para identificar condições e necessidades para se consolidar o desenvolvimento sustentável.

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Soraya de Araújo, coordenadora geral de Mudanças Climáticas do Mapa. Foto: Messias Ferreira – Sebrae/MS

Soraya Carvalho Barrios de Araújo, coordenadora geral de Mudanças Climáticas do Mapa, participou de mesa redonda no fórum e avaliou que os resultados obtidos com o projeto vão permitir o desenvolvimento de estratégias locais por parte do ministério. “O projeto congregou e articulou com uma gama muito boa de instituições e parceiros, todos com o mesmo propósito de desenvolvimento sustentável do Pantanal. O Plano ABC em sua segunda fase está com um olhar muito junto com os seus grupos de gestores estaduais. A partir dos planos estaduais, vamos poder chegar mais perto dos estados para construção de metas e estratégias futuras”, explicou.

Por meio de vídeo, Morgan Doyle, representante do BID no Brasil, ressaltou no evento que a construção conjunta de medidas aplicadas no projeto Estratégia Sistêmica para Mitigação, Prevenção e Combate a Incêndios e Queimadas nas Áreas Rurais do Pantanal Brasileiro garantiu a prova de que o desenvolvimento rural e a conservação estão caminhando juntos no Pantanal.

“Quero agradecer a parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Sebrae Mato Grosso do Sul, do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica, do Instituto do Homem Pantaneiro e demais organizações governamentais e não governamentais, especialmente dos trabalhadores e trabalhadoras do campo. Como fica claro com essa ação, é, sim, possível conciliar desenvolvimento rural e proteção ambiental. É um entendimento possível e rentável. Uma produção alinhada aos critérios mais elevados de proteção ambiental é uma produção que terá preferência no acesso aos mercados globais. São práticas possíveis aplicadas com conhecimento científico”, destacou.

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Morgan Doyle, representante do BID no Brasil, durante fala no Fórum Regional de Mobilização Fogo e Desenvolvimento Sustentável no Pantanal. Foto: Rodolfo César – Sebrae/MS

A consolidação de protocolos e o atendimento deles em propriedades rurais são, por exemplo, ferramentas para permitir o pagamento de serviços ambientais para quem preserva o Pantanal. Ainda existe o crédito de carbono que pode ser inserido no sistema de produção. Soma-se o direcionamento de produção sustentável para agregar valor à pecuária e atuação para vender essa proteína a mercados globais exigentes com o critério ambiental.

Nessa realidade de economia verde, a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), presente no fórum, vem atuando e tem parceria com o Sebrae/MS. Eduardo Cruzetta, presidente da entidade, explicou que a pecuária pantaneira, existente há mais de 200 anos, está modernizando-se para o novo cenário econômico. “A gente visa trazer um conceito muito moderno que é a produção com baixa emissão de carbono. Existe o pagamento de serviços ambientais, o crédito de carbono, este já sendo aplicado em algumas propriedades com iniciativa pioneira no Pantanal. Aliar tudo isso é possível com a produção pecuária”, destacou.

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Tenente-Coronel dos Bombeiros de MS Leonardo Congro durante fórum. Foto: Messias Ferreira – Sebrae/MS

Participaram do evento na sede do Sebrae/MS representantes do Sistema Famasul, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), da Polícia Militar Ambiental (PMA), da Marinha do Brasil, Embrapa Pantanal, Instituto SOS Pantanal, Wetlands International Brasil, Instituto Homem Pantaneiro (IHP). De forma online, ainda foram mais de 150 ouvintes. Para a realização do fórum ainda houve apoio da Federação das Associações Empresariais de MS (FAEMS), do Ministério Público Estadual, do Imasul e do Governo do Estado.

Palestrou no evento o Tenente-Coronel Bombeiro Militar Leonardo Congro e os consultores do Sebrae/MS Cássio José Rodrigues e Rodrigo Carrijo. A mesa redonda contou com Pedro Mendes Neto, superintendente de Meio Ambiente e Turismo da Semagro; José Carlos de Pádua Neto, gerente técnico do Sistema Famasul; Eduardo Cruzetta, presidente da ABPO; e Coronel Angelo Rabelo, diretor-presidente do IHP.

Para saber mais sobre a parceria Sebrae-BID, acesse este link ou fale com o Sebrae, pelo número 0800 570 0800.

Pró Pantanal

As medidas compreendidas dentro do Fórum Regional de Mobilização Fogo e Desenvolvimento Sustentável no Pantanal estão alinhadas com o Pró Pantanal – Programa de Apoio à Recuperação Econômica do Bioma Pantanal, uma iniciativa do Sebrae/MS para atuar na recuperação econômica, com fomento na economia criativa, economia da diversidade e aos negócios que já existem nessa região e sofreram impactos causados pelo incêndio florestal.

Esse programa tem apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul (FAEMS), Instituto do Meio Ambiente de MS (Imasul) e Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).

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