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No estado, 36% dos empreendedores são mulheres, enquanto a média do país é de 34%. Para contribuir com cenário, Sebrae tem ações voltadas ao empreendedorismo feminino
Independência financeira, autonomia, empoderamento. São muitos os significados que o empreendedorismo ganha para as mulheres, sendo a coragem o ponto em comum para quem quer mudar sua trajetória. Foi com este sentimento que a então professora do Ensino Superior, Carolina dos Santos Debus, decidiu mudar de área profissional e investir em um sonho: ter uma marca autoral. Foi assim que ela, em meio à pandemia de Covid-19 em 2020, em Campo Grande, criou a Ki.monaria, empresa voltada à produção artesanal de quimonos.
“A Ki.monaria nasceu em um momento de transição de carreira, onde buscava mudanças profissionais e a realização de um sonho antigo, de ter uma marca autoral. A ideia inicial era costurar quimonos para mim, para uso diário, buscando uma peça que fosse confortável e que trouxesse a sensação de bem-estar e aconchego. Aos poucos, as peças começaram a despertar o desejo de outras mulheres próximas e sem hesitar, comecei a fazer quimonos para cada uma delas. Aos poucos a Ki.monaria foi ganhando forma e se tornando um negócio”, destaca a empreendedora e designer de moda.
A história de Carolina dos Santos Debus é um exemplo entre as mulheres empreendedoras de Mato Grosso do Sul, que representam 36% dos empreendimentos, segundo o estudo “Empreendedorismo Feminino no Brasil em 2021”, desenvolvido pelo Sebrae e divulgado neste ano. Esta fatia está acima da média nacional, de 34%, o que mostra a potência do empreendedorismo feminino no estado.
A ampla presença feminina à frente de empresas é impulsionada pelo Sebrae/MS, que por meio do programa de aceleração Sebrae Delas – Desenvolvendo Empreendedoras Líderes Apaixonadas pelo Sucesso, tem ações para aumentar a probabilidade de sucesso de ideias e negócios liderados por mulheres. Formulado em 2013, a iniciativa já atendeu, até o momento, mais de 13 mil empreendedoras em Mato Grosso do Sul.
Carolina dos Santos Debus é uma das empresárias acompanhadas no ciclo 2022 do programa. Ela decidiu se especializar e buscar conhecimento sobre empreendedorismo, gestão de empresas, entre outros assuntos, tendo realizado outras capacitações junto ao Sebrae. Os resultados são visíveis, com a empresa tendo completado dois anos no mercado em expansão, e com propósitos fortes junto ao seu público-alvo, a exemplo da valorização de todos os corpos das mulheres.
“Já estou no segundo ano do Sebrae Delas. Ele dá suporte para as empreendedoras, mostrando o caminho, com profissionais especializados. Esse programa é importantíssimo, ele impulsiona muitas empreendedoras”, destaca a empresária, que neste ano conquistou o 1º lugar na categoria Microempreendedora Individual na fase estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios e, além disso, é finalista na etapa nacional da premiação representando a região Centro-Oeste, o que mostra o seu crescimento.
O Sebrae Delas foi criado em Mato Grosso do Sul e, com o sucesso do programa, outros estados do país decidiram implementar ações similares. Com isso, a iniciativa foi nacionalizada pelo Sistema Sebrae e hoje está presente em 16 unidades federativas (UFs). Segundo a idealizadora do projeto, a diretora-técnica do Sebrae/MS, Maristela França, investir no empreendedorismo feminino traz retornos para toda a sociedade.
“Várias instituições têm estudado que o acesso da mulher ao mundo dos negócios melhora a economia, a produtividade e até a qualidade de vida das pessoas, porque a mulher tem um olhar além da empresa. Quando elas prosperam, todos os números da economia, segundo essas instituições, como ONU, BID e FMI, demonstram que melhoram o todo, por meio da inclusão social pela via do empreendedorismo. Motivos não faltam para que a gente promova cada vez mais o acesso das mulheres ao mundo dos negócios”, afirma a diretora.
Em 2022, uma das conquistas do Sebrae Delas foi estimular o lançamento de políticas públicas. A iniciativa serviu de inspiração para a criação do “Brasil Pra Elas”, que amplia a oferta de crédito e oferece capacitação para mulheres que não têm geração de renda. O programa é liderado pelo Ministério da Economia em parceria com o Sebrae, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Social do Comércio (Sesc), Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e Ministério da Cidadania (MC), além dos governos estaduais e municipais e outros parceiros.
Fruto do programa Brasil Pra Elas, Campo Grande foi a primeira Capital a receber, em maio, a “Caravana Brasil Pra Elas”, que levou ao bairro Coophavila II programação gratuita, com cursos, palestras, workshops, talk-shows, além de orientações sobre acesso a crédito. A Caravana englobou ações para que mulheres com baixo poder econômico pudessem dar o primeiro passo em rumo à independência financeira, por meio do empreendedorismo, inclusão financeira e tecnológica. Na ocasião, o evento reuniu mais de 1.500 participantes.
Sobre o Dia do Empreendedorismo Feminino
A autonomia financeira e o protagonismo geram impactos positivos para as mulheres. Pensando nisso, em 19 de novembro, comemora-se o Dia do Empreendedorismo Feminino. A data foi instituída em 2014 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para incentivar a abertura de negócios por mulheres, impulsionando o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável.
A ONU entende que ao valorizar o empreendedorismo feminino, a sociedade contribui para a equidade de gêneros, reduzindo desigualdades históricas. Concomitantemente à agenda proposta pela entidade, o Sebrae segue com as ações focadas nas empreendedoras. Para mais informações, acesse a página oficial do programa Sebrae Delas.
