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Fórum discute prevenção e uso racional do fogo no Pantanal

Evento híbrido contou com a participação de cerca de 300 pessoas de forma presencial e online; instituições apresentaram dados e estatísticas
Por Rodolfo César
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Evento híbrido contou com a participação de cerca de 300 pessoas de forma presencial e online; instituições apresentaram dados e estatísticas

A voz do pantaneiro sendo ouvida para identificar medidas de proteção ao Pantanal, com troca de informações entre instituições públicas e privadas e a atuação conjunta dos proprietários rurais, tudo isso atuando em conjunto com dados científicos permite a realização de um trabalho para o desenvolvimento sustentável no bioma e proteção dele contra incêndios.

O 1º Fórum Fogo e Desenvolvimento Sustentável no Pantanal, realizado de forma híbrida no auditório do Sebrae/MS na tarde desta sexta-feira (1), permitiu a apresentação de estatísticas e de ações para sinalizar o trabalho voltado na preservação do bioma. O evento é uma realização conjunta entre BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Sebrae/MS.

Com a viabilidade de colocar em um só local diferentes instituições de níveis municipal, estadual e federal, o evento representou um importante marco na discussão sobre a proteção do Pantanal contra os incêndios florestais e o uso do fogo como instrumento para a realização do manejo de forma adequada e controlada.

O 1º Fórum Fogo e Desenvolvimento Sustentável no Pantanal reuniu informações vindas do setor produtivo da pecuária, entidades de classe, órgãos públicos estaduais e federais, instituições de ensino, entre outros. De forma online, cerca de 300 pessoas engajaram-se ao longo da transmissão, disponível no link https://bit.ly/transmissao_forum_sebrae_ms_bid.

O secretário da Semagro e vice-presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS, Jaime Verruck, confirmou que Mato Grosso do Sul definiu como política pública prevenir o fogo. “Primeiro ponto que acho que o Estado tomou é a decisão de trabalhar com prevenção. Isso exige planejamento, exige estrutura, e exige compartilhamento de conhecimento.”

Como um dos representantes do setor produtivo que atua no bioma, o presidente do Sistema Famasul e membro do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/MS, Marcelo Bertoni, foi enfático ao pontuar que há a necessidade de construção conjunta de medidas de prevenção. “A gente precisa andar juntos, se não andarmos juntos não temos o resultado para preservar o Pantanal”, reconheceu Bertoni, que ainda destacou a atuação parceira de sindicatos rurais e a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO).

Eduardo Cruzeta, que é presidente da ABPO, reforçou que a diversidade de visões proporcionada pelo Fórum vai garantir amadurecimento das estratégias para serem implementas para um desenvolvimento sustentável. “Vimos muitos dados, pesquisas e informações que foram apresentadas. Isso é uma grande oportunidade para iniciarmos um debate e é algo que devemos continuar atuando para interpretar esses dados e colocar isso para o produtor rural pantaneiro, que também tem uma visão dos acontecimentos.”

A diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação do MAPA, Dra. Fabiana Villa Alves, explicou que a pecuária, muito presente no Pantanal, é a única atividade econômica que é encontrada em todos os municípios brasileiros. Com esse cenário, voltar as atenções para construir um panorama sustentável é fator obrigatório. Ela apontou também como o trabalho do BID, MAPA, Sebrae/MS e Bombeiros para mitigação, prevenção e uso racional do fogo no Pantanal está alinhado à política do Plano ABC+ (Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária) porque combate a emissão de gases com efeito nocivo à camada de ozônio.

“O papel do MAPA nesse projeto é justamente facilitar essa transição de conhecimento entre as instituições. Estivemos lá em Glasgow (COP-26) e fizemos bonito. Eu posso dizer que o Brasil talvez foi um dos países que trouxe realmente resultados concretos em questão de mitigação e de adaptação frente as mudanças do clima. Fico muito contente pelo MAPA ter ajudado nessas ações que vão acontecer aqui com o BID, com o Sebrae”, ressaltou.

O diretor de operações do Sebrae/MS, Tito Estanqueiro, detalhou que a realização do Fórum consolidou a preocupação que diferentes setores possuem em torno do Pantanal e que ações estão sendo desenvolvidas, principalmente por quem habita e trabalha nessa região específica. “O grande desafio é a gente identificar as oportunidades para o desenvolvimento socioeconômico do bioma. Mais do que alguém que tenha especialização, conhecimento e profundidade sobre o tema há um elo muito importante no território: o produtor pantaneiro. A gente tem uma expectativa de entregar um legado de preservação e utilização sustentável dos recursos naturais do bioma Pantanal”, finalizou Tito.

O Fórum ainda contou com a presença do presidente da Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul (FAEMS) e também membro do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS, Alfredo Zamlutti. O secretário-adjunto da Semagro e membro do Conselho Deliberativo do Sebrae/MS Ricardo Senna foi painelista.

Outras instituições presentes com participação em painéis foram o Imasul, com o diretor-presidente André Borges; Ministério Público Estadual, representado pelo promotor e diretor do Núcleo Ambiental do MPMS, Luciano Furtado Loubet; os Bombeiros de MS, com o Coronel Waldemir Moreira Júnior, e os Bombeiros de MT, com a Tenente-coronel Jusciery Rodrigues Marques; e a Confederação Nacional dos Municípios, com Sofia Araujo Zagallo.

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