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Rack magnética é solução criada por veterinária para reduzir custos e aumentar eficiência de exames

Com o apoio do Sebrae via laboratório Living Lab, médica veterinária Jessica Teles produziu as racks magnéticas por meio de impressora 3D
Por Nayara Tiago
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A descoberta de doenças em animais é um processo complexo e desafiador, que requer o uso de equipamentos e técnicas especializadas para garantir a precisão dos resultados. É aí que entram os laboratórios veterinários, ambientes dedicados à análise e diagnósticos. Nesse contexto, a história da médica veterinária Jessica Teles Echeverria, de Campo Grande, é um exemplo de como a inovação pode transformar um negócio.

Com o intuito de reduzir custos e aumentar a eficiência em seu laboratório, o Labmol Vet, localizado na Capital, Jessica encontrou nas “racks magnéticas” uma solução viável. Através do Living Lab, laboratório de inovação aberta e prototipagem do Sebrae/MS, ela produziu as racks magnéticas utilizando a impressora 3D, resultando em um preço mais acessível e com o uso de beads magnéticas, um método de separação de células, visando a extração de ácidos nucleicos.

Racks magnéticas são pequenas peças de plástico que contêm ímãs. Elas ajudam os cientistas a separar o material genético de outras substâncias, como sangue e tecidos. Imagem: Arquivo Pessoal

Racks magnéticas são pequenas peças de plástico que contêm ímãs. Elas ajudam os cientistas a separar o material genético de outras substâncias, como sangue e tecidos. Um dos objetivos da extração de ácidos nucleicos é retirar o material genético das células e purificá-lo. Isso é importante porque é dessa forma que é possível detectar a presença de um vírus, bactéria ou outro agente em um organismo. “Por exemplo, se um cão está com uma doença chamada Leishmaniose Visceral Canina, é possível detectar a presença do parasita responsável pela doença. Com a rack magnética, a extração de ácidos nucleicos se torna mais eficiente e acessível”, detalhou Jessica.

A ideia surgiu quando sua professora de virologia veterinária, dra. Leila Ullmann, trouxe uma novidade de outra cidade: racks magnéticas para a extração de ácidos nucleicos. A metodologia atual de extração, que utilizava reagentes caseiros, se tornou muito demorada, e o prazo de entrega dos resultados de 24 horas era estendido para 36 horas. Jessica e seu sócio Rodrigo Leite Soares validaram a técnica de extração por meio das racks magnéticas em diferentes amostras, com resultados promissores.

“Os testes preliminares já apresentam uma concentração satisfatória dos ácidos nucleicos, com uma média de 100ng/ul. No entanto, ainda é preciso padronizar os procedimentos para melhorar a pureza e integridade do material extraído, mas isso não está relacionado à técnica das racks magnéticas, e sim aos reagentes utilizados durante o processo”, esclareceu Jessica.

A técnica de extração por meio das racks magnéticas apresentou uma boa concentração dos ácidos nucleicos, porém ainda é necessário aprimorar a pureza e integridade do material. “Ainda não colocamos na nossa rotina essa técnica, pois precisamos melhorar a pureza e integridade dos ácidos nucleicos”, explicou Jessica. No entanto, os planos futuros da empresa são ambiciosos. “Queremos aumentar a demanda e atender regiões antes não atendidas, como fronteiras, interior e outros estados”, revelou Jessica.

Médica veterinária Jessica Teles Echeverria utilizando a rack magnética criada por ela no Living Lab, laboratório de inovação e prototipagem do Sebrae/MS. Imagem: Arquivo Pessoal

Além de proporcionar uma alternativa mais acessível e eficiente para a extração de ácidos nucleicos, a produção das racks magnéticas pelo Living Lab também contribui para o desenvolvimento da indústria local. “A equipe do Living Lab nos auxiliou na produção das racks magnéticas a um preço de custo, além do auxílio da montagem das racks e suas beads. Hoje uma rack magnética se compra importando ou comprando de distribuidoras que revendem a um preço elevado”, afirmou Jessica.

 Como funciona o LabMaker

O Living Lab, localizado em Campo Grande, oferece o serviço de prototipagem para empreendedores de todos os tipos, desde pessoa física até grandes empresas e produtores rurais, por meio do LabMaker. Através da trilha chamada “Prototype”, o empreendedor se cadastra no site e detalha a proposta do projeto, que é avaliada pela equipe do LabMaker. Caso seja uma proposta relacionada a negócios, é realizada uma primeira conversa para entender melhor o projeto e planejar as fases do desenvolvimento.

Living Lab, localizado em Campo Grande, oferece o serviço de prototipagem para empreendedores de todos os tipos

O laboratório conta com equipamentos que permitem a execução de projetos de soluções físicas e de automação, e o serviço oferecido é de apoio e auxílio na construção da ideia e no desenvolvimento do projeto. O empreendedor é incentivado a colocar a mão na massa, trazendo todo o material envolvido no desenvolvimento do projeto, e recebe suporte para uso das máquinas e execução dentro do espaço. Para aqueles que não podem acessar o laboratório fisicamente, o serviço é oferecido à distância.

Para mais informações sobre as ações de inovação em Mato Grosso do Sul, os interessados podem acessar o portal do Living Lab. O laboratório fica na Rua Brasil, 205, no bairro Monte Castelo em Campo Grande (MS). O horário de atendimento é de 8h a 12h e de 14h 17h. Mais informações aos empreendedores pela Central de Relacionamento do Sebrae, no número 0800 570 0800.

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